Por: Diogo Batista de Freitas Cruz

Em uma análise feita pela ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café), o café gourmet vem crescendo de forma significativa em seu volume de exportações, de forma a aumentar o seu crescimento em 15% a 20% da sua produção ao ano, sendo 90% destinada ao mercado externo. Esse dado comprova a grande oportunidade que os empresários do ramo têm em mãos, já que diferentemente da cultura brasileira a cultura internacional existente perante o consumo desse produto é forte e tradicional.
O mercado norte americano é referencia de consumo desse produto, e surpreendentemente o Mercado Asiático representado pela explosão de consumo da China com suas províncias, que até pouco tempo não demonstrava interesse no consumo de café em seus momentos de prazer e descontração.
Além do volume de vendas que representa esse produto, outro fator que faz com que os empresários do ramo observem o café gourmet com olhos de investidor é o valor agregado embutido, tanto pela qualidade quanto pela forte cultura positiva que acompanha o marketing de "produto brasileiro".
Dessa forma a exportação de café gourmet representa a possibilidade de aumento do lucro. Já para os empresários com visão estratégica de mercado, é mais do que o aumento do lucro, a exportação de Café Gourmet representa a possibilidade de internacionalização da sua empresa, possibilitando, inclusive, um melhor posicionamento do composto de produtos destinados ao mercado interno.
O produtor de café que entrar nesse vantajoso mercado contribuirá também para que o Brasil saia do status de exportador de matéria prima ou commodities. Esse é o passo que todos os exportadores hoje deveriam buscar, afinal, porque só exportar matéria prima sendo que é possível também exportar valor agregado? Essa é uma pergunta que o governo brasileiro vem buscando incessantemente fazer aos produtores brasileiros, afinal, poderia elevar os lucros com a segunda opção.
Essa discussão entra no âmbito econômico, aonde é possível escutar de tempos em tempos nos jornais de maior abrangência nacional, chamadas como: "O Brasil fecha o primeiro trimestre do ano com superávit ou déficit de x %". A busca do governo para implantação de uma cultura exportadora, não só de insumo como também para produtos de alto valor agregado, é justificada em uma de suas vertentes na Balança Comercial Brasileira que obviamente deixa claro que para o Brasil é mais interessante exportar café gourmet do que commodities de café negociadas em bolsa. Existem outras vertentes que ressaltam que além de adicionar valor monetário, a estratégia de agregar valor ao produto gera emprego e eleva a renda, estimulando o consumo, e conseqüentemente aquece e gira a economia brasileira.
O movimento que está se iniciando com o café gourmet serve de alerta para os empresários e produtores de outros segmentos, pois essa é uma grande saída para o crescimento da concorrência mundial, afinal é necessário se preocupar com o futuro, uma vez que a China e a Índia já estão tomando o mercado brasileiro com seus produtos e preços encantadores. Nesse sentido é necessário buscar estratégias como essa, para diferenciar-se das empresas asiáticas que muitas vezes não se preocupam em agregar valor, mas sim elevar o seu volume de vendas com produção em escala.
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